28 de fevereiro de 2012

Allée da rue Oudinot

Não Joãozinho, eu não exagero quando digo que Paris nos reserva surpresas verdadeiramente impressionantes - basta que estejamos dispostos a conhecer a cidade com espírito leve e olhos atentos.

Você simplesmente está lá, flanando despreocupado por um canto qualquer da cidade. Você se detém por um momento e olha em volta. E então você percebe que aquela estreita e bucólica ruazinha está distante dos monumentos suntuosos. Nela não há nada que lembre bulevares de perspectivas infartantes ou pontos turísticos disputados. Nada de edifícios imprestavelmente lindos ou algo que pudesse motivar alguém a dar um olho ou a querer trocar cinco minutos de vida só para estar ali. E é então que, de repente, uma lance qualquer que num primeiro momento parecia tão carente de importância se revela - e aquela cena, lugar ou momento, se transforma diante de seus olhos maravilhados, tornando-se a sua dica secreta; aquele pedacinho mágico de Paris que será para sempre só seu.
A porta do edifício de número 23 é na verdade a entrada para a bela Allée Oudinot.

Ainda não faz muito tempo que minha amiga Bárbara Marques - a Babi - mudou-se para Paris. E não tardou muito para que ela começasse a ter suas próprias revelações parisienses. Uma dessas descobertas é a bela Allée da rue Oudinot - uma grande alameda arborizada que se esconde por trás da porta maciça que protege a entrada do edifício de número 23. Quem passa apressado pela rua Oudinot sequer imagina que possa existir uma vila campestre bem atrás da austeridade da fachada daquele edifício parisiense.
Surpresas parisienses: o refúgio escondido atrás da porta.

Pelas palavras da Babi, "a Allée Oudinot é uma vila que fica escondida dentro de um prédio. Estranho, né? Também achei quando a vi pela primeira vez, mas depois me apaixonei pelo lugar. O acesso é pela entrada do edifício de número 23 da rue Oudinot - próximo ao metrô Duroc. Quando você entra pela porta se depara com várias casinhas que abrigam ateliers de arte e uma escola infantil que oferece aulas de francês aos sábados. Essa área deve abrigar aproximadamente umas 16 casas, todas lindas! E nos dá vontade de ficar um pouco mais por ali."
Vista dos ateliers da Allée Oudinot.

Ainda dá tempo de encaixar uma curiosidade nesse post? Pois então anote esta para fazer bonito quando estiver passeando por ali com sua namorada, Joãozinho: a estação de metrô Duroc, próxima a rue Oudinot, tem esse nome em homenagem a Gérard Christophe Michel Duroc, o duque de Frioul (1772-1813). Duroc foi um importante general do império de Napoleão Bonaparte, tendo se destacado nas campanhas na Itália e Egito. Sua morada atual é o Hôtel des Invalides, onde repousa próximo ao Imperador.

Allée Oudinot
23 rue Oudinot
Metrô: Duroc linhas 10 e 13

Com a colaboração de Bárbara Marques

2 comentários:

Cláudia Ohira disse...

Que lugar super charmoso!!! Acho que uma das coisas mais bacanas de se fazer em Paris, é conhecer a cidade caminhando, curtindo a arquitetura, os monumentos, o cotidiano parisiense, as praças, os jardins, as pontes. Se a gente passa de ônibus, de carro, deixa passar certos detalhes, certas sutilezas. A última manhã em Paris, aproveitei para REALMENTE curtir a cidade. Peguei o metrô e desci nos arredores da Praça da Catedral de Notre Dame e fui caminhado até o Arco do Triunfo, curtindo o Louvre, Hotel De Ville, etc. Fui parando, observando, curtindo... eu fechava os meus olhos imaginando como seriam aqueles parques, aquelas praças na primavera, com a exuberância do florescer. Naquele momento eu me fiz uma promessa: tenho que voltar a Paris na primavera!!!!

Jackson Martins disse...

E faz muito bem em voltar à cidade na primaver, Cláudia. Paris nos reserva uma beleza diferente para cada estação do ano. Igualmente recomendável é visitar a cidade no outono.

Obrigado pelo comentário. Abraço!